Controlador Lógico Programável
Durante
a década de 1950, foram utilizados uma série de dispositivos eletromecânicos
para se controlar processos industriais, principalmente para a automatização de
linhas de produção que contavam com um grande número de máquinas e processos.
Estes dispositivos eletromecânicos, baseados em relés, eram a principal fonte
de acionamentos de tais máquinas, função que nos dias atuais é desempenhada pelos
chamados CLPs (Controladores Lógicos Programáveis) ou PLC em inglês
(Programmable Logic Controller).
O
CLP pode ser definido segundo a norma ABNT como um equipamento eletrônico
digital com hardware e software
compatível com aplicações industriais. A norma norte-americana define o CLP
como sendo um “suporte eletrônico digital para armazenar instruções de funções
específicas, como de lógica, sequencialização, contagem e aritmética; todas
dedicadas ao controle de máquinas e processos.”
Como
mencionado, os CLPs começaram a ser mais
utilizados durante a década de 50, contudo ainda eram instrumentos pouco
confiáveis que, sujeitos a um ambiente agressivo como uma fábrica
automobilística por exemplo, são muito suscetíveis a uma falha,
consequentemente levando a uma parada na linha de produção e prejuízo à empresa.
Além disso, a programação destes sistemas era baseada em conexões elétricas
físicas, ou seja, programações fixas para cada aplicação. Assim, para uma
eventual mudança na lógica dos relés, seria necessário parar a linha de produção
para realizar a reprogramação do sistema.
Foi
apenas com o advento da tecnologia de estado sólido e circuitos integrados no
final da década de 1960 e dos microprocessadores na década de 70, que se tornou
possível a confecção de “computadores” com programação e interface facilitadas
e também com maior confiabilidade. A partir desse ponto, foi possível não
apenas armazenar lógicas de acionamentos dentro do CLP, como também agregar
diversas outras funções, tais como: circuitos contadores, temporizadores,
interfaces de fácil programação e rede de comunicação através de protocolos
específicos.
Um
CLP é composto basicamente de dois elementos principais:
·
CPU: a unidade central de processamento, onde
está contido o processador, o banco de memória e o barramento de comunicação
entre a CPU e as interfaces de entrada e saída, bem semelhante a uma
arquitetura de um computador ou microcontrolador mais complexo.
·
Interfaces de entrada e saída: são os meios de
comunicação entre o CLP e os sensores e atuadores que estiverem acoplados a
este. Nas entradas seriam conectados dispositivos como sensores, comandos,
comunicação com outros dispositivos e máquinas, etc., e nas saídas sinais de
comando provenientes da programação inserida no CLP que controlam e acionam
outras máquinas, além de ser possível receber dados supervisórios do CLP.
Junto com a evolução física do CLP, a linguagem de programação deste também evoluiu junto. Como originalmente eram usados circuitos de relés eletromecânicos para programar os acionamentos de máquinas, é nesse contexto em que são desenvolvidos métodos e linguagens de programação que facilitem a compreensão e execução por técnicos e engenheiros. Uma dessas linguagens denomina-se Ladder, e é baseada em diagramas de contatos, que simulam o antigo sistema de relés. Um programa em Ladder é desenvolvido primeiramente em ambientes virtuais e posteriormente gravados no CLP. Essa evolução facilitou muito a utilização de CLPs e sua tecnologia na indústria e em cenários educacionais.
CLP da fabricante ABB.
Fonte: ABB
Gabriel Eiki Oshiro
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